segunda-feira, 28 de maio de 2012

Agromegalia - Diagnóstico




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O que é?

Doença provocada pelo excesso prolongado de Hormônio de Crescimento (também conhecido pela sigla "GH", abreviatura do inglês "Growth Hormone"), que progressivamente vai provocando uma série de sintomas, principalmente o aumento das extremidades, dores articulares e alterações das proporções faciais. O quadro característico leva a um aumento do número dos sapatos, dificuldade para usar anéis e alianças e modificações faciais que incluem crescimento excessivo do queixo (mandíbula), dos lábios, do nariz e perda espontânea de dentes.

Como se desenvolve?

A doença é provocada por um tumor benigno da glândula hipofisária (localizada no cérebro), cuja causa ainda é desconhecida. Um número pequeno de pacientes apresenta formas familiares provocadas por mutações genéticas já conhecidas. Por se tratar de doença com evolução lenta, usualmente os pacientes não procuram o médico em decorrência das queixas acima descritas, sendo muitas vezes diagnosticados em situações ocasionais, alertados por algum médico que reconhece o aspecto do paciente em ambientes públicos. Em algumas pessoas, o diagnóstico é estabelecido a partir de exames de imagem do crânio (Rx, Tomografia ou Ressonância Magnética) realizados por trauma de crânio, cefaléia (dor de cabeça) ou outras queixas ocasionais.

O que se sente?

As principais características da doença são:

mãos e pés grandes associados a uma face característica (aumento da região frontal/testa),
aumento do nariz e dos lábios,
aumento da mandíbula com queixo proeminente,
perdas dentárias e
cefaléia.

Os pacientes apresentam ainda:

pele engrossada com aumento da oleosidade e sudorese (suor) excessiva,
engrossamento da voz,
aumento do diâmetro do tórax,
aumento dos genitais,
formigamentos em mãos e pés,
dores articulares principalmente na coluna, quadril (bacia), joelhos e tornozelos.

Ocorre também uma série de alterações metabólicas, principalmente:

diabete melito,
hipertensão arterial,
litíase urinária ("pedras nos rins")
insuficiência cardíaca e
aumento de colesterol e triglicerídeos.

Nos casos de diagnóstico muito tardio, pode ocorrer alteração visual provocada pela compressão do tumor hipofisário sobre o nervo ótico, usualmente associado a um quadro de dor de cabeça mais intensa. Em função das alterações de vias aéreas e do tórax, freqüentemente os pacientes apresentam distúrbios severos do sono, que podem variar desde o ronco excessivo até quadros graves de apnéia (parada da respiração), que podem limitar inclusive os procedimentos de anestesia.

Como o médico faz o diagnóstico?

Inicialmente o diagnóstico é clínico, baseado em alto grau de suspeita de pacientes que apresentam um rosto e/ou extremidades característicos. Nestes pacientes, a doença é facilmente comprovada a partir de exames de sangue, nos quais se procede a dosagem do GH e de seus efetores (IGF-I) por radioimunoensaio, complementados por radiografias do crânio, sela túrcica, mãos e pés e tomografia computadorizada ou ressonância magnética de sela túrcica. Nos pacientes em que o tumor hipofisário é maior do que 10 mm e/ou que apresentam extensão supra-selar do tumor hipofisário, deve se realizar também uma avaliação de campo visual (campimetria) e dosar os hormônios secretados pela hipófise normal. Em raríssimos casos, nos quais há elevação do GH e de IGF-I, porém a hipófise é normal nos exames de imagem, deve-se suspeitar de produção hormonal em outra região do corpo, principalmente nos pulmões ou pâncreas.

Como se trata?

Após uma avaliação do risco anestésico, está indicada a cirurgia hipofisária, geralmente uma microcirugia, na qual se procede um orifício a partir do maxilar superior, atravessando os seios da face e chegando até a sela túrcica de onde o tumor é retirado. Pacientes com volumosos tumores se prolongando para regiões superiores à sela túrcica podem necessitar de cirurgia, em que a incisão cirúrgica é feita na região lateral do crânio. Dependendo do volume tumoral e dos níveis de GH, a maioria dos pacientes alcança a cura pela cirurgia. Naqueles em que este objetivo não é alcançado, procede-se a radioterapia sobre a hipófise. Até ser alcançada a cura pela radioterapia, os pacientes podem ser tratados medicamentosamente. Antes e depois desses procedimentos, os pacientes devem ser avaliados periodicamente no que se refere a sua função hipofisária e manejados clinicamente, na dependência dos distúrbios associados, principalmente o diabete melito e a hipertensão arterial.

Como se previne?

Não existe forma de prevenção. Ao se detectar um paciente com a moléstia é importante verificar se há ou não outra pessoa da família com quadro semelhante ou com qualquer outra suspeita de doença hipofisária. Em caso positivo, pode se realizar uma avaliação de mutações genéticas que possibilitam definir o risco de todos os familiares em desenvolver ou não a doença. É muito importante também o diagnóstico precoce da doença, que só ocorrerá se houver uma suspeita em pacientes com qualquer dos sintomas acima descritos.

Diagnóstico acromegalia

domingo, 13 de maio de 2012

Piedade X Covardia







Legal essa frase que escutei em um filme ontem a noite: "Nunca confunda piedade com covardia."

Piedade
(latim pietas, -atis, cumprimento dos deveres para com os pais, a pátria, os deuses)
s. f.
1. Prática das leis religiosas. = DEVOÇÃO
2. Vontade de diminuir ou se solidarizar com o sofrimento alheio. = COMPAIXÃO, DÓ, LÁSTIMA, MISERICÓRDIA
piedade filial: amor aos pais.

Antónimo Geral: IMPIEDADE


Cobardia
(cobarde + -ia)
s. f.
1. Ânimo do cobarde.
2. Acção própria de cobarde.
3. [Figurado] Acanhamento, timidez.

Sinónimo Geral: COBARDICE, COVARDIA, COVARDICE

terça-feira, 1 de maio de 2012

O Terreno



Por Kiril Meretskov*

A importância do terreno em uma batalha é tão grande quando a presença de tropas, na época de Frederico o Grande, a arte de estudar o terreno chamava-se “Castramentação”, que eram as medidas e o projeto para um estacionamento. Algumas vezes o termo tinha significado mais amplo e incluía todos os pontos de vista e planos de um general.“O primeiro demandava um matemático, o outro, um oficial experiente”. Assim, pode ser claramente visto que a grande arte de um general consiste em conhecer bem o terreno, em tirar proveito de todas as oportunidades e em saber qual o dispositivo mais adequado para cada ocasião. Nas questões do posicionamento na ordem de batalha, o bom comandante, para ser eficiente, deve ser guiado pelo dispositivo do inimigo e pelo terreno onde tenciona combater. Por exemplo, Villars foi derrotado em Malplaquet porque acreditava ter um charco intransitável à sua direita, quando, na verdade, era uma capina seca que as tropas prussianas atravessaram para surpreendê-lo pelo flanco.

A derrota que os aliados sofreram em Galipoli, é um típico exemplo de desconhecimento do terreno, pois onde eles desembarcaram tornava sua vitória praticamente impossível. Os reconhecimentos foram feitos apenas a partir da visão de navios, então os soldados não sabiam o que os esperava depois da praia. E o que encontraram? Profundas saliências que simplesmente impediam qualquer movimento e tornava-os alvos fáceis para os defensores turcos. Trincheiras e ninhos de metralhadoras construídos em locais estratégicos que varriam toda a linha de ataque. Uma agenda de deslocamento que era impossível, para se calcular o objetivo do primeiro dia, não consegui ser alcançado no oito meses da campanha.

Durante a Segunda Guerra Mundial, houve várias batalhas em vários locais diferentes, com isso, tivemos conflitos em quase todos os tipos de terreno possíveis. Vamos analisar um pouco alguns dos mais importantes e que marcaram muito, como o deserto da África do Norte, as estepes russas e também um tipo de terreno que causou muito incomodo aos aliados que foi o Bocage.

Deserto um dos mais desgastante terreno, principalmente para os equipamentos, a poeira penetrava em tudo, as armas e veículos emperravam a falta de água maltratava os soldados. A falta de água causava outro problema, as ações podiam ser executadas apenas nas proximidades do litoral, e associado as grandes distancias e poucos locais habitados, as tropas somente podiam se movimentar com viaturas. Era uma guerra diferente, pois apesar de estar em terra firme ela se comparava muito a guerra no mar, pois não há fronteiras ou linhas de defesa, o terreno conquistado era secundário o mais importante era a destruição das forças inimigas. A artilharia sofria muito, pois seus embasamentos às vezes eram atacados na retaguarda por tanques que se moviam livremente, para sanar esse problema, a infantaria precisava ficar protegendo as posições da artilharia. Um dos primeiros a entender as características próprias do deserto foi o General Rommel, que com isso conseguiu muitas vitórias, mas que no final teve o mesmo problema de ingleses e italianos, as linhas de suprimentos tendiam a ficar muito longas e com isso os avanços acabavam sendo cada vez mais difíceis por causa dos reabastecimentos e recompletamentos.

Selva não precisa de muitos comentários, é um lugar extremamente hostil, alem da facilidade de emboscadas, a presença de animais, cobras, mosquitos, aranhas, muito calor, muita umidade, dificílima locomoção. Nas florestas da Ásia ou nas ilhas do Pacifico, os soldados sofreram muito. Dois tipos de tropas se destacaram neste tipo de terreno, foram os Chindits (ingleses) e os Marauders (americanos). Orde Wingate, o célebre comandante dos Chindits, colocou bem, que para vencer numa guerra na selva era necessário uma poderosa força aérea. Em ilhas do Pacifico os reabastecimentos eram feito basicamente por mar, então a superioridade naval era prioritária.

Estepes russas, o termo russo é cmenne, esse talvez tenha sido o grande vilão da campanha alemã no leste. Vastas áreas desabitadas, pequena presença de arvores, com predomínio de vegetação rasteira e arbustos, poucas estradas e as que existiam eram de péssima qualidade, são raras as colinas e quando existem, são de baixa altitude. No verão as altas temperaturas marcam esse tipo de terreno. Já durante o inverno o terreno congela, com isso causava muito mais baixas por causa de bombardeios, pois as granadas rebatem no chão duro e acaba ficando coberto de neve. Existem duas fases no ano em que tudo se transforma em lama, fazendo a locomoção um ato muito difícil até mesmo para veículos blindados. A primeira é no inicio do outono quando caem as chuvas chamadas de rastutitsa e depois no inicio do degelo na primavera. Por causa dos atrasos que a ofensiva alemã sofreu, quando tentaram avançar em direção a Moscou, sofreram com o inicio da rastutitsa, que apesar de também prejudicar os russos, de certo modo os ajudou, pois o que eles mais precisavam era de tempo. O fator psicológico de se combater em vastos campos, também atrapalhou os alemães desacostumados com aquela paisagem. Durante o verão os alemães sofreram com o intenso calor e mosquitos, já no inverno não estavam preparados sofrendo mais ainda com as baixíssimas temperaturas. Os russos aproveitaram o inverno para se reequiparem e executarem contra ataques contra os alemães que sofriam com o frio.

Mas o principal assunto aqui abordado vai ser um tipo de terreno em especifico, o Bocage que tanto fez os exércitos aliados sofrer após o desembarque na Normandia. Este terreno é característico da região de Villers-Bocage na França, que compreende mais ou menos cinqüenta milhas entre os rios Orne e Vire. Por séculos os fazendeiros normandos que cultivavam a região, moveram todas as rochas e sedimentos dos campos que eles cultivavam para as laterais, criando assim cercas vivas. Uma densa vegetação cresceu sobre essas pedras e montes de terra, fazendo assim pequenos sítios aos quais se tem visão apenas quando esta dentro dele e pode-se ver apenas este pequeno trecho. Para complicar mais o terreno, é recortado por pequenos rios com altas colinas e vales profundos, têm poucas estradas e muitas florestas sendo que no verão é característico uma névoa densa. Pela característica, é um terreno que facilita em muito a defesa, por isso foi escolhida pelos alemães para atrasar o avanço aliado em uma clara batalha de atrito, fazendo que cada campo fosse um batalha em particular. Para a defesa nessa intrincada região, os alemães tiveram pelo menos três semanas para se prepararem. Basicamente eram entricheiramentos de infantaria com ninhos de metralhadoras, reforçados com alambrados e campos minados, apoiando cada uma com dois ou três tanques e canhões de 88mm habilmente escondidos, mas capazes de deslizar às escondidas para outro local quando descobertos. Era uma defesa normalmente em quatro cinturões que alem de difíceis de serem rompidos, eram fácil fechá-los novamente.

Uma outra dificuldade que este terreno apresentava era a movimentação dos tanques, quando estes tentavam ultrapassar uma das cercas vivas, em vez de derrubá-la, o tanque passava por cima da elevação, às vezes ficando preso ou expondo o seu ponto mais vulnerável, que era à parte de baixo, a ataques de armas antitanque, sem contar que suas armas ficavam apontadas inutilmente para cima. Com isso o avanço das tropas estava sendo muito lento. A solução para esse grande problema não poderia ser mais simples, o Sargento Curtis G. Culin, soldou a frente de um Sherman algumas barras de metal fazendo com que o tanque ao chocar-se com a cerca, em vez de subir, a derrubava. Essa invenção foi chamada de “Rinoceronte”. Então rapidamente foram inicidos os trabalhos para adaptção dos tanques, utilizava-se principalmente os obstaculos submarinos que foram colocados nas praias pelos alemães.

É evidente que sem fortificação um local não pode ser considerado seguro, a menos que defendido por um número de soldados muito maior do que o inimigo pode levar para assaltá-lo. Uma grande autoridade, Napoleão, diz que ajudados por fortificações, cinqüenta mil homens e três mil peças de artilharia pode defender uma capital contra trezentos mil soldados, ele afirma a necessidade de fortificar todas as capitais nacionais”. (Brigadeiro John G. Barnard 22/01/1862).

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